sábado, 4 de fevereiro de 2012


PROJETO DE LEITURA: “Caminhando pelos Textos”



1. INTRODUÇÃO

    A sociedade atual vivencia um processo de mudanças constantes, geradas pela nova ordem mundial e pela força do neoliberalismo econômico que tem imposto novas formas de organização e de comportamentos sociais.

    Mediante o contexto de complexas e contínuas transformações econômicas e sociais, a escola encontra um novo desafio: educar o ser humano para atuar nesta realidade, despertando valores associados ao conteúdo científico das disciplinas curriculares.

     Assim, a prática educativa da escola precisa despertar o gosto pelo estudo e a aprendizagem dos conteúdos do currículo e, sobretudo, incentivar o aluno a aprender a aprender.

    Dessa forma, o passo importante para o acesso ao conhecimento é a leitura em suas muitas dimensões e formas, possibilitando a compreensão das informações produzidas e acumuladas pela humanidade no transcorrer da história, bem como, possibilita a utilização do conteúdo científico e escolar para a vivência da cidadania.

    Nesse sentido, viabilizar e promover a leitura é uma função importante da escola em todas as etapas e modalidades do ensino como alicerce para a aprendizagem de saberes de todos os campos do conhecimento e para a continuidade nos estudos, bem como para a compreensão do mundo e de sua dinâmica.

    Contudo, despertar o gosto pela leitura não é uma tarefa fácil e simples, mas exige um conjunto de ações educativas que incitem e incentivem a prática de ler e interpretar, dando sentido real ao que é lido, relacionando-se à realidade ao conteúdo para que o aluno possa atribuir à leitura o verdadeiro e efetivo papel que ela tem na vida do indivíduo.

Com a perspectiva de viabilizar a prática da leitura de forma dinâmica e participativa, o CENTRO DE ENSINO MARLY SARNEY desenvolverá o projeto: “I Oficina de Leitura – Despertando leitores” com o intuito de promover atividades lúdicas, recreativas, dinâmicas e diversificadas de leitura para viabilizar o gosto e o interesse pelos conteúdos escolares.

2. JUSTIFICATIVA

    Com o novo paradigma econômico, social e político que aponta para a formação de indivíduos aptos a participarem no panorama atual, a escola desponta como responsável para a preparação de cidadãos competentes e capazes de atuarem no mercado de trabalho e de vivenciarem efetivamente a cidadania.
    Mediante as transformações vividas pela sociedade contemporânea, a Educação Escolar tem o papel fundamental de promover a formação de pessoas aptas a atuarem na realidade complexa e transitória do panorama político, econômico e social da atualidade.
    Assim, é fundamental que a prática pedagógica seja voltada para o incentivo da leitura e da escrita a fim de tornar viável o acesso à interpretação e compreensão dos conteúdos das disciplinas curriculares, e, propiciando o aprender a aprender para que o aluno seja sujeito de seu aprendizado.
    Desse modo, a escola precisa desenvolver ações educativas dinâmicas e desafiadoras que propiciem o despertar do gosto pela leitura e pela aprendizagem dos conteúdos escolares.
    Nesse sentido, o C.E. Marly Sarney visando ao desenvolvimento de competências e habilidades de leitura, interpretação e produção de textos diversificados, desenvolverá por meio do projeto: “I Oficina de Leitura: Despertando Leitores” constituído de ações educativas voltadas para a construção do conhecimento, por meio de atividades individuais e em grupo.
    Dessa forma, justifica-se o presente projeto pela importância da realização de atividades escolares que propiciem atitudes e iniciativas de leitura em suas diversas formas e dimensões, proporcionando, assim o gosto e o prazer em ler e escrever textos com contextos discursivos reais.
   
   


3. OBJETIVOS
    3.1. Objetivo Geral
    Desenvolver habilidades e competências de leitura, interpretação, contextualização e produção de textos diversos a partir das ações educativas propostas.

    3.2. Objetivos Específicos

    Ler os textos propostos, detectando os gêneros, os personagens e as ideias principais, após a análise individual e em grupo.

    Contextualizar os textos analisados, observando a localização espacial e temporal de seus autores e personagens.

    Reescrever textos dos gêneros estudados, mantendo a coesão, a coerência e a criatividade de ideais e procurando respeitar as convenções ortográficas e gramaticais.

    Produzir textos diversos, a partir da análise de outros textos, observando a estrutura gramatical e as características principais das obras estudadas.

    Reescrever textos, partindo da análise de outros textos e observando a tipologia textual, a função e a organização dos textos.

   

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

    No contexto econômico e social vigente, a Educação Escolar é apontada como responsável pela formação de indivíduos aptos a atuarem de forma eficaz no mercado de trabalho e no meio social.
    Assim, a escola é produtora e divulgadora do conhecimento, de modo que, é sua função promover a análise sistemática da informação, bem como despertar hábitos que viabilizem o aprendizado com autonomia, garantindo a continuidade dos estudos.
    Considera-se, então, como requisito básico para o desenvolvimento do aluno: a leitura como porta de entrada para a compreensão dos conteúdos de outras áreas do conhecimento.
    Portanto, promover o hábito da leitura é possibilitar a introdução do aluno no mundo da informação, e, sobretudo, viabilizar a construção do conhecimento e da aprendizagem dos saberes acumulados pela humanidade e vinculados pela instituição escolar. Nesse sentido, a escola precisa buscar práticas que viabilizem o aprendizado dos conteúdos escolares, mas, sobretudo, que instiguem o raciocínio, a criatividade, a compreensão e a autonomia das diversas leituras e conteúdos veiculados pela escola.
    De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998), o ensino e a aprendizagem processam-se através de três variáveis: o aluno, o objeto de ensino e aprendizagem (o conhecimento) e a mediação do professor. Ao professor cabe planejar, implementar e dirigir as atividades didáticas, com o objetivo de desencadear, apoiar e orientar o esforço de ação e reflexão do aluno, procurando garantir aprendizagem efetiva. Cabe também assumir o papel de informante e de interlocutor privilegiado, que tematiza aspectos prioritários em função das necessidades dos alunos e de suas possibilidades de aprendizagem, (BRASIL, 1998, p. 22).
    Assim, é necessário distanciar-se mais dos belos discursos vazios propagados sobre as mudanças e avanços na Educação Pública brasileira, quando são apontados os índices do IDEB, mas crescem as filas de analfabetos funcionais, alunos que chegam às séries finais do ensino fundamental sem conseguirem ler sequer uma frase simples. Esta é a realidade que precisa ser modificada nas escolas e, principalmente que deve ser modificada.
    De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998, Língua Portuguesa, 5ª a 8ª séries) o leitor competente é aquele que
“Sabe selecionar, dentre os textos que circulam socialmente, aqueles que podem atender a suas necessidades, conseguindo estabelecer as estratégias adequadas para abordar tais textos. O leitor competente é capaz de ler as entrelinhas, identificando, a partir do que está escrito, elementos implícitos, estabelecendo relações entre o texto e outros textos já lidos” (p. 70).

    Assim, é preciso conhecer as dificuldades e os meandros percorridos na maturação do leitor, nas suas hipóteses, no enriquecimento de seu vocabulário, na ampliação de significados que vão ocorrendo com o esforço do aluno, mas, sobretudo, com o acompanhamento minucioso dos professores de todas as disciplinas e não somente dos professores de línguas.
    Lajolo (2007) constata que ler é essencial, e não só para aqueles que pretendem participar de uma produção cultural mais sofisticada, pois a própria sociedade do consumo utiliza a linguagem escrita para muitos de seus apelos. Ler jornal, procurar emprego, assinar contratos de trabalho e outra infinidade de atividades sociais do dia-a-dia requerem habilidades de leitura que precisam ser considerados num projeto de educação democrática. E afirma também ser fundamental a leitura de textos literários, pois
“É à literatura, como linguagem e como instituição, que se confiam os diferentes imaginários, as diferentes sensibilidades, valores e comportamentos através dos quais uma sociedade expressa e discute, simbolicamente, seus impasses, seus desejos, suas utopias. Por isso a literatura é importante no currículo escolar: o cidadão, para exercer plenamente sua cidadania, precisa apossar-se da linguagem literária, alfabetizar-se nela, tornar-se usuário competente, mesmo que nunca vá escrever um livro: mas porque precisa ler muitos livros”. (p. 106)
    Com isso, a formação de leitores abrange muito mais que regras predispostas de sintaxe e ortografia, requer o despertar da importância pessoal e intransferível do desejo de ler, de romper com as barreiras da ignorância linguística e social, através das possibilidades e do despertar de ideias e da consciência que a leitura promove.
   
     Paulo Freire acreditava que uma leitura critica não poderia deixar de lado as relações entre o econômico, o social, o cultural, o político e o pedagógico, para que o aluno possa tomar consciência de si, da sociedade e a partir de então, agir sobre ela. Logo, a leitura não é um mero ensino de como decodificar letras, mas sim, de entender e interpretar a realidade do mundo, num processo muito mais complexo, que envolve muito mais elementos, como ele esclareceu no texto abaixo:
“O ato de aprender a ler e escrever é um ato criativo que implica uma compreensão critica da realidade. O conhecimento de um conhecimento anterior, obtido pelos educandos como resultado da análise de práxis em seu contato social, abre para eles a possibilidade de um novo conhecimento. O novo conhecimento revela a razão de ser que se encontra por detrás dos fatos, desmitologizando, assim, as falas interpretações desses mesmos fatos. Desse modo, deixa de existir qualquer separação entre pensamento-linguagem e realidade objetiva. A leitura de um texto exige agora uma leitura dentro do contexto social a que ele se refere.” (FREIRE, 1990, p. 105).
   
    Assim, uma escola que vise à formação de pessoas aptas à inserção social e à atuação no mercado de trabalho, a interagir com a complexidade do mundo pós-moderno, precisa posicionar-se como instigadora e formadora de leitores eficazes, construtores de significados, produtores em situações diversificadas da comunicação humana, enfim precisa criar com urgência, novos saberes pedagógicos de estímulos à prática de leitura.
   


5. AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS

•    Levantamento das necessidades e dificuldades dos alunos na leitura e na escrita.

•    Realização de reuniões pedagógicas para planejamento de ações.

•    Confecção de materiais didáticos para o desenvolvimento do Projeto.

•    Aplicação das atividades, estudo e produção dos textos, confecção dos trabalhos escritos e cartazes para a Culminância do Projeto.

•    Produzir uma coletânea de contos reescritos a partir da visão de um dos personagens da narrativa com a utilização do Tux – Paint, Writer, Impress e os DVDs da TV Escola, além do Rived.

•    Produzir uma coletânea de contos policiais e detetivescos elaborados pela classe com a utilização dos recursos dos programas Tux – Paint, Writer, Impress.

•    Produzir uma coletânea dos melhores contos de ficção científica (ou outro gênero) escolhidos pela classe.

•    Produzir um suplemento de resenhas críticas.

•    Organizar um seminário sobre tema de interesse da classe.

•    Realizar uma apresentação expositiva sobre o estande da classe na Mostra de Trabalhos organizada na escola.

•    Seleção dos trabalhos a serem expostos e apresentados à Comunidade Escolar na Culminância do Projeto.

•    Socialização dos trabalhos para a Comunidade Escolar.

•    A culminância do projeto será feita em evento para a apresentação de toda a produção das classes para a Comunidade Escolar.


6.  SISTEMÁTICA DE AVALIAÇÃO

    A avaliação será feita mediante a observação contínua dos avanços e dificuldades durante a execução e apresentação dos trabalhos, sendo atribuídos conceitos a partir dos registros de cada disciplina, observando-se os seguintes critérios:
•    Expressão oral e escrita.
•    Criatividade
•    Coerência e coesão textual.
•    Compreensão dos textos analisados.
•    Contextualização.
•    Correção gramatical.
•    Iniciativa e desempenho individual e em equipes.

7. RECURSOS
•    Datashow
•    Microcomputadores
•    Internet
•    Balão
•    Cartolina
•    Cola
•    E.V.A.
•    Isopor
•    Livros
•    Papel A4
•    Papel cartão
•    Papel 40 kg
•    Papel laminado
•    Pincel
•    TNT
•    Tinta guache
•    Televisor
•    DVD
•    Som


8. PARTICIPANTES
•    Professores, alunos, gestora geral, supervisor escolar e pais.

9. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES


AÇÕES   
RESPONSÁVEL   
PERÍODO
        JUN    JUL    AGO    SET    OUT    NOV
Reunião pedagógica para o planejamento das ações.    Supervisor Escolar    x                   
Seleção de material bibliográfico.    Supervisor Escolar/ Professores    x                   
Seleção de material pedagógico.    Professores    x                   
Elaboração do projeto    Supervisor Escolar/ Professores        x               
Desenvolvimento das Atividades    Professores/
 Alunos.            x    x    x    x
Culminância do projeto    Professores/
Alunos/ Gestores/ Supervisor Escolar                        x
Reunião para Avaliação das Ações executadas no projeto.    Professores/
Alunos/ Gestores/ Supervisor Escolar                        x


10. CONSIDERAÇÕES FINAIS

    A sociedade contemporânea aponta para novas competências e habilidades voltadas para as necessidades sociais e de mercado, exigindo uma formação pessoal e profissional que atenda às expectativas do mundo pós-moderno. Assim, é necessário que as concepções de educação e de ser humano sejam permeadas pelas novas diretrizes impostas pelas relações estabelecidas no contexto mundial vigente.

    Assim, é urgente que a escola adote medidas e práticas escolares que busquem a inserção do aluno, buscando instrumentalizá-lo para sua atuação nos diversos setores que constituem a sociedade, bem como possibilitando a permanência e a continuação do seu processo de aprendizado.

    Contudo, esta reflexão direciona mais uma vez a discussão sobre a essencialidade da leitura e da escrita como pré-requisitos indispensáveis ao sucesso do acesso dos conteúdos escolares em todas as disciplinas do currículo. Por outro lado, o conceito de leitura e escrita não se restringe à mera decodificação de frases, ou à sobreposição de frases escritas, sem um contexto discursivo, no qual faça sentido o que se lê e o que se escreve.

Bagno (2002, p. 24) define a língua como atividade social, e isso faz com que a “prática da interpretação” seja fundamental na interação social humana. Para ele, portanto, essa prática deve ser exercitada em aula, e não só a teoria. O letramento que ele sugere não se resume a saber ler e escrever; envolve as práticas sociais de leitura e escrita, ou seja, a contextualização da língua em seu uso através da escrita. A leitura deve, portanto, ter uma grande participação na compreensão da gramática, sem, no entanto, depender da nomenclatura.

    Portanto,  é urgente refletir e encontrar novos caminhos para incitar os alunos não só a lerem e escreverem, mas a efetivamente utilizarem a língua como instrumento eficiente e eficaz de comunicação em uma sociedade globalizada e direcionada pelas relações de interação e comunicação.


11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



BAGNO, Marcos et alli. 2002. Língua materna: letramento, variação & ensino. São Paulo: Parábola.

BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclo do ensino fundamental: Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1997.
FREIRE, Paulo. A importância do Ato de Ler: Em três artigos que se completam. 22 ed. São Paulo – SP: Cortez, l988.
LAJOLO, Maria. A leitura rarefeita: livro e literatura no Brasil. São Paulo – SP: Ática, 2002.